Tem uma conta?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Demência.

Depois de tanto tempo, venho postar novamente aqui. Hoje, falarei da minha loucura. Para isso, contarei-lhes a seguinte história:


"Um dia Romeu a conheceu. Seu nome era Bela. Bela adormecida. Sobrenome estranho, não? Romeu se apaixonou perdidamente por ela, Bela. Os dois estavam lado a lado mas não conseguiam se tocar. Era como um abismo intransponível. 

De onde eu estava, na estante ao lado podia ver as lágrimas dos dois caindo. Por que os céus tinham permitido aquele amor impossível? Mas quem era eu para fazer alguma coisa? Apenas um rapaz com um nome esquisito que ninguém sabia pronunciar.

De repente, uma mão surge. Carrega-me até perto de Bela Adormecida. Meu nome, em dourado, reflete nas lágrimas que caem de seu rosto, molhando as páginas. Ela me vê, espantada. O abismo não existe entre nós. 

Eu a consolo. Romeu nos olha, sem entender. Em seu rosto, a pergunta: Por que podes tocá-la e eu não? Por que podes consolá-la e eu não? Eu entendo. Balbucio uma resposta. Ele não a compreende. O abismo é grande demais.

Rumpeltiltskin. Esse é meu nome. Um conto de fadas pouco conhecido, deixado de lado pelas outras histórias, mais emocionantes, menos estranhas. Mas pertenço ao mesmo universo de Bela Adormecida. Romeu não.

Ele não entende. Se irrita. Fecha suas páginas e na capa, conseguimos ler: Romeu sem Julieta. William Shakespeare. Bela cansou de chorar. Está resignada. O abismo é grande demais. Me rasga as páginas vê-los assim. A mão vem e o leva para longe.

Um tempo se passa. Quanto tempo? Não sei. Chuvas, sol, vento. Para Bela, todo o tempo do mundo. Para mim, nem tanto. Conheci minha amada, a Guardadora de Gansos. Outra história também pouco conhecida. Em outra oportunidade, a contarei melhor. Bela não chora mais. Vive sua vida, acordada e feliz. Mas sente que ainda falta alguma coisa.

A mão vem e traz algo para ela. Uma página a mais. Como ela nunca havia notado que faltava? Nela está a sombra de um homem. Um príncipe. Bela Adormecida sorri, encantada. Ele realmente merece o título de príncipe encantado.

Eu sorrio vendo a cena. Finalmente ela será feliz. Mesmo que não seja com... espere! Eu conheço aquele rosto... será? Mas é... não, devo ter me enganado.

Dos lábios de Bela saem apenas uma palavra. O nome de seu amor. Seu amor eterno."

Coisa de louco, não é?
E pensar que tudo saiu da minha cabeça... será que um dia serei normal?


 

domingo, 21 de novembro de 2010

Experiências.

[VÁRIAS VOZES ON]
"Eu não consigo evitar. Quando vejo, já estou mentindo."


"Se eu pudesse, eu seria 100% hétero."

"Estou tentando a cada dia olhar mais para o rosto das mulheres e menos para os quadris delas."


"E no final do semestre estou atolado de coisas. Isso porque deixo tudo pra depois".


"Eu queria ser bem mais do que minhas roupas dizem. Mas se eu não for assim, quem vai me querer?"


"É isso que as pessoas querem ouvir. Que eu estou pelado e vou me mostrar pra elas. Mesmo que eu nunca faça isso."

"Não estou fofocando, apenas comentando. E se eu não comentar, sobre o que irei conversar?"
[VÁRIAS VOZES OFF]




[VOZ DA EXPERIÊNCIA PLENA ON]
Já ouvi essas e muito mais. Vivemos em nosso quadrado de existência, nos limitando ao que conseguimos ver e sentir. E fazer. Ver AQUELA gata e não me imaginar pegando ela? Loucura. Ver aquela menina vestindo aquela roupa descombinante e não falar mal? Insanidade. Confessar pro seu pai que em vez de ir pro grupo de estudo, foi pra uma boate? Tu tá é doido. Dizer não ao meu grande amigo(a), mesmo que ele(a) esteja errado(a), mesmo que seja além do meu limite? Não, nem a pau.



E vamos nos machucando, nos limitando. Permanecendo em nossa zona de conforto. Sair pra quê? Pra me importar com os outros? Pra mudar minha atitude? Por que eles não podem mudar? Por que sempre tem que ser eu?


É, é assim mesmo. Rachar no espinho do outro dói. Mas só assim para podermos desgastar nossos próprios defeitos e tentarmos viver algo além da concha que nos envolve. Algo maior que nós mesmos. 
[VOZ DA EXPERIÊNCIA PLENA OFF]


[DUILLYS ON]
Sério, galera. Não alcancei nem metade disso ae que a voz falou. Tenho tanto espinho que pareço mais um ouriço-do-mar. Mas estou disposto a sair da concha e mudar. Não vou conseguir sozinho. Alguém se habilita?
[DUILLYS OFF]


domingo, 14 de novembro de 2010

Dependência.

Azul.
Passo um bom tempo olhando para cima, admirando o imenso azul lá em cima. É difícil enxergar, a luz do sol ainda é forte. Olho através dos óculos de proteção, bolhas de ar correm ao meu redor. Estou quase flutuando. É uma ótima sensação.


Mas o tempo acaba. Preciso voltar. Subo bem rápido, ansiando pelo meu vício, minha droga. Ultrapasso o limite. Respiro. Minha pele sente a verdadeira temperatura da água, mas ignoro. Estou aproveitando cada milisegundo, cada instante.


Ar.

Sou viciado em ar. É bem normal, né? Afinal, todos nós somos. Quem não é dependente disso? Não vou nem entrar nas questões bioquímicas, é desnecessário. O oxigênio move nossa vida. 
Mas ao mesmo tempo, é ele que nos envenena, pouco a pouco. Oxida cada célula, cada molécula, matando-nos a cada milisegundo.

É ou não é uma droga? Somos ou não somos dependentes dele?


Já pensaram em viver sem ar? É possível?

Mergulho novamente. A água ao meu redor está morna. Perfeita. Decido deixar meu vício de lado. Viver sem isso. Viver sem ar. Prendo mais a respiração, o corpo começa a reclamar. Os pulmões se retraem, exigindo a droga, o vício. Meus braços não respondem, não sinto minhas pernas. As pálpebras e o nariz começam a arroxear. Sinto minha cabeça girar, não consigo pensar mais em nada, não consigo fazer mais nada. Simplesmente espero que ela chegue, indolor.


Uma lufada fria em meu rosto. Gotas escorrem pela minha testa. Sinto dois braços ao redor de meu corpo e oxigênio, precioso oxigênio em meus pulmões. Quem é esse que me segura?

Olho para frente e não consigo enxergá-lo direito, a vista embaçada. Só sinto emanar dele um sentimento que jamais poderei explicar. Ao sentir sua presença, não lembro de mais nada. Não preciso de mais nada. O antes tão precioso oxigênio se torna apenas um movimento inconsciente, uma contração involuntária. 

Quem é esse que me faz esquecer meus vícios?
Não importa. 
Ele me olha e diz, sem precisar falar nada. "Vá. Você não precisa mais respirar para viver".


Não duvido. Com um salto, mergulho na piscina de minha vida. Sem oxigênio, sem óculos, sem máscaras.




"Porque para Deus, nada é impossível". Lucas 1:37.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Influências.

Uma bolinha vem rolando, apressada, arrastada pela poderosa força G, a inexorável. O terreno é inclinado, o que leva a pequena e frágil bolinha a descer cada vez mais rápida, mergulhando ao indizível desconhecido. Não há como escapar. As paredes apenas a rebatem, sem pará-la, querendo que ela desça, liberando um mar de luz, cores e sons. O barulho é irritante. Nossa amiga bolinha mal agüenta mais rolar de um lado para o outro.  Até que, numa curva mal planejada, ela acaba indo na direção do Algo Escuro Setentrional. "É o meu fim", pensa a bolinha, "mas será um alívio, eu não agüento mais essa vida de bates e rebates".  Fecha os olhos e espera o soar da trombeta final.

Espera o alívio. Sente uma pancada, como se estivesse subindo, subindo cada vez mais. Abre os olhos. Não foi o fim. Ele, o Magnífico de todas as Eras, em seu último esforço de vida, a rebateu de volta. Por um momento, sentiu-se triste por voltar à mesma vida de sofrimentos, batidas e rebatidas. Mas por consideração ao esforço final dele, pensou melhor. "Viverei estas rebatidas como nunca vivi, farei o amor dele valer a pena, mesmo presa nessa caixa de vidro". E, com essas palavras, a bolinha vai contra a inexorável G, contra as paredes, contra todo o previsível, com a esperança renovada e um sorriso de alegria e paz no rosto.



Do lado de fora, um rapaz, com seus 16 anos, pensa: "Poxa, esse joguinho de Pimball é legal, mesmo hein? Essa bolinha parece tanto comigo...".
Com um suspiro, o rapaz sai andando, com esperança renovada e um sorriso de alegria e paz no rosto.


Do lado de fora, o Magnífico de todas as Eras sorri, feliz. Seu filho está indo no caminho certo. "Um dia, meu filho, eu estarei com você. E nem a inexorável, nem qualquer outro poderá lhe fazer algum mal".

Quantas vezes você já foi rebatido hoje? E essa semana? E esse mês? Quantas vezes deu vontade de simplesmente desistir, render-se à inexorável e esperar a trombeta final? Quantas vezes você sentiu a esperança renovar, sorriu de alegria e sentiu a paz que excede todo o entendimento?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lama.



[Já postado no blog "Atividade Parabólica"]

Em um pequeno chalé longe da cidade grande, morava um homem de meia-idade e uma criança. O pequeno, apesar de adotado, era tratado como filho. Ao lado do chalé havia um pomar muito bonito, com árvores frondosas dando um ar vivo e colorido ao local. Além delas havia uma depressão na terra que, nas constantes chuvas, acabava formando um lamaçal raso. Atrás da casa, um pequeno córrego completava o cenário. O pai cuidava diariamente do pomar e sempre incentivava o filho a ajudá-lo. O menino adorava brincar nas sombras das árvores e gostava de subir em seus galhos, cada dia mais altos. 

Um certo dia, no alto de um cajueiro, o menino olhou para o lamaçal. O pai o avisara que brincar no lamaçal era perigoso e que não o queria por lá. A curiosidade, no entanto, falou mais alto. Chovera na noite anterior e a lama parecia nova, convidativa. Passo a passo, o garoto aproximou-se do local proibido com um misto de culpa e desejo. Uns segundos a mais e já estava dentro do lamaçal. Não era ruim. Pelo contrário, era bem divertido. A lama era macia e estava morna. Uma sensação boa espalhou-se pelo corpo do menino, quando ele afundou seu primeiro pé. Era agradável.

Subitamente, um barulho. Seu pai chegara. E agora? Não iria gostar quando visse o filho naquele estado. O menino saiu rapidamente da lama e correu para o córrego onde tomou um rápido banho e limpou-se. Após trocar de roupa, entrou pela porta dos fundos, e correu para seu quarto. Seu pai não poderia vê-lo.


- Filho? - era a voz do pai - onde você está?

- Estou em meu quarto, papai. - Não vem aqui, me dar um abraço?
- Agora não papai, estou ocupado - o garoto tentava esconder seu nervosismo - estou vendo umas coisas interessantes que achei no pomar.
- Venha cá, meu filho. Quero ver como você está. O menino saiu do quarto, receoso. A culpa saltava em seus olhos. Parecia que cada parte do seu ser estava enlameada, mostrando o seu erro. No entanto, o pai apenas o abraçou. Estava tudo bem. O garoto respirou aliviado.
- O que é isso? Isso em sua orelha?
- O quê? - o filho colocou a mão em sua orelha e estacou. A textura recém-conhecida da lama ficou em suas mãos. O líquido morno tinha ficado em sua orelha. A prova do erro. As lágrimas encheram seus olhos. Simplesmente não sabia o que dizer.

“Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” Salmos 51:2-4

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Céu.


Imagine um lugar em que todas as pessoas fazem o que querem. Tudo o que querem. Seus maiores desejos. Não há lei, não há certo e errado. Tudo o que importa é fazer o que você quer. O que mais anseia. O que sempre quis fazer e nunca pôde porque outras pessoas estariam olhando e te criticando, mesmo que sem falar uma palavra. Nada, nem mesmo a Lei Moral¹ tem poder nesse lugar. A única lei é FAÇA O QUE QUISER. Ninguém vai se importar.

Seria maravilhoso não seria? Viver todo o prazer que você pode viver... em apenas um lugar? Sem precisar pagar nada. Não precisaria trabalhar, pois poderia roubar dos outros sem ser preso. Não precisaria namorar, pois poderia pegar qualquer um na rua e tirar o que quisesse de prazer e não seria condenado por isso. Não teria problemas no trânsito, pois não há leis de trânsito a serem seguidas, muito menos declaração de direitos humanos. Respeito? Só a quem me respeitar primeiro. Se não, é bala, eu mato mesmo, ninguém pode me julgar. Na minha vida mando EU e mais ninguém. Se quiser sair NU de casa, o problema é meu.

O mundo perfeito.  Nem Deus está lá, para te julgar ou condenar por alguma coisa. Nem fanáticos religiosos lhe dizendo o que fazer ou que não fazer.

Não seria perfeito?

Coloque todos os seus desejos numa balança. Quantos deles você REALMENTE gostaria de fazer sem se importar com as consequências? Quantos deles realmente trariam coisas boas para você e as pessoas que estão ao seu redor? Quantos só seriam egoístas e egocêntricos, só querendo o SEU bel-prazer?

Agora multiplique por seis bilhões. Seis bilhões de egoístas que somente querem seu prazer próprio. Que fazem o que querem sem se importar com juízo, leis ou regras. Sem prisões ou condenações.

Aí você deve pensar... não.. mas nem todo mundo é egoísta. Eu não sou egoísta. Eu faço o bem... sério? Pára um pouco e pensa: você seria assim se não tivessem regras? Se as pessoas não te repreendessem sempre que você pisa na bola?
 
O mundo perfeito.
Não seria perfeito?

Não seria o Céu?

Isso, meus amigos, é apenas um rascunho, um mísero rascunho, do que seria o inferno.



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lá. Lá-Mi-Dó. Lá te amei.


"Quando a gente gosta é claro que a gente cuida..."

"Amar, amar, fazer desse amor meu mundo e sonhar, sonhar..."

"O meu coração tá deserto... sem você por perto eu fico assim..."

"Numa noite tão vazia eu beijei você, até o amanhecer..."

"Na lembrança de um beijo, na lembrança do teu abraço, deixa-me viver sempre ao teu lado"

"More than words is all you have to do to make it real..."

"The touch of your hand says you'll catch me wherever I fall..."

"Meu vaqueiro meu peão, conquistou meu coração, e na pista da paixão e valeu boi"

"É inesquecível para mim, esse teu sorriso tão bonito, tua voz tão doce aos meus ouvidos..."

"Somente por amor, a gente põe a mão no fogo da paixão e deixa-se queimar..."
"I want your love and I don't wanna be friend..."

"Need you by my side, girl to be me bride... everlasting love..."

"Se eu não te amasse tanto assim, talvez não visse flores por onde eu vim..."

"A gente sente quando vem e é amor, o que eu queria era de qualquer maneira..."

"Vem do que acalma, me traz e me leva pra perto de você... mais pra perto de você."

"Every breath you take, I'll be watchin' you..."

"You will always be my endless love."

"Segundos antes de dormir, de mim você vai lembrar..."

"Eu não existo longe de você e a solidão é meu pior castigo..."

E olhe que nem estou apaixonado...
Precisa dizer mais alguma coisa?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quem tem medo dos portugueses?

Sábado. 8h da noite. Tudo normal na Avenida. Carros passavam, levando consigo o rastro do asfalto, cheiro de bebida e esperança de uma noite de diversão. "Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite". Realmente esperávamos. Só não sabíamos exatamente o quê. 
Esperamos para atravessar a rua. Ainda não sei como não colocaram semáforos naquela rotatória. Para conseguir chegar do outro lado, não pode haver hesitação. Um segundo a menos ou a mais e beleléu. Os portugueses, como carinhosamente chamo, vão de caravana, desafiando os carros e ônibus enfurecidos. Pouco importa para eles.
Conseguimos finalmente chegar. Olhamos uns para os outros e paira a pergunta muda "E agora?". Sentimos falta de alguma coisa. Alguém trouxe um violão? O organizador disse que alguém ia trazer, mas que este não deu notícias. O "E agora?" cai pesado sobre nossas expectativas. Nos sentimos nus, desprotegidos, desarmados. E nossa espada guardada dentro da mochila "pra ninguém ver". 
Decidimos rodar por lá, achar um lugar pra sentar e esperar uma mensagem divina. Achamos um banco, com os "novatos" (que estavam indo pela primeira vez) olhando sorrateiramente para os lados. A praça está meio cheia hoje. Bebidas, máscaras, beijos, violões. Quase vazia de esperança. Mãos dadas, roupas estilosas e olhos maquiados selam a "liberdade" que há nesse lugar.
Começamos a conversar. Comentários a respeito de roupas esquisitas, de pessoas conhecidas, de "beyoncès" empolgadíssimas. Um "conhecido" de uma das nossas pára pra falar. Um abraço, beijo no rosto. Ele diz "Aqui eu tenho amigos".
O clima pesado nos paralisa. Não sabemos o que fazer. Nos acostumamos com o local, com as pessoas, com os atos. Não amamos, não oramos, não tentamos agir. Nos acostumamos. Eu oro: "Senhor, dá um sinal do que você quer que a gente faça".
O organizador vem conversar comigo. "Precisamos fazer alguma coisa". Expectativas e não-expectativas derrubadas, papos vazios. Estamos encurralados. Outro grupo começa a cantar bem alto. E nós, nada. Outro companheiro nosso chega. "Vamos orar, então?", retruca o organizador. "Vamos".
É o suficiente pra a atmosfera mudar. A espada é tirada da mochila e folheada com fé. Alguns versículos e Deus começa a agir. Com os olhos fechados, derramamos nossos medos, preconceitos e expectativas. Não sabemos de nada, não podemos nada, mas o Senhor pode. Pode fazer qualquer coisa.
Abrimos os olhos e a atmosfera pesa. Mas a esperança continua firme. Caminhamos para fora de um lugar outrora leve e descontraído. Com a certeza de que o Altíssimo tem algo a realizar naquele local. Algo grande. Com nossa ajuda ou sem.


Quer ajudar? Contate-me. Em breve iremos novamente.

domingo, 2 de maio de 2010

Subjuntiva mente.


Alex correu brevemente. Não sabia exatamente o que dizer. Agarrou-se firmemente à esperança de que ela iria entender. Ela bruscamente disse que não. Lágrimas correram amargamente. Dela, não dele, infelizmente.
Ellen, naturalmente, não queria saber de nada. Que estória ridícula que ele tinha contado rapidamente. Isso é mentira, disse acusativamente. Mas, meu amor, eu te amo loucamente. Limpando as lágrimas estoicamente, ela virou-se e saiu.
Daniel aproximou-se relutantemente. Calma, cara, disse sabiamente, tudo vai ficar bem . Pôs uma mão no ombro do amigo, batendo suavemente. As mulheres são assim mesmo, querem saber tudo meticulosamente.
Mas não sei como agir, disse Alex, desanimadamente. Como ele fez isso comigo, pensou Ellen, tristemente. Ela ainda vai perceber que eu existo, arrematou Daniel, 
confiantemente. 


Honestamente o que acham dessa pequena estória? Lembram de algo assim, acontecendo em sua vida recentemente? O que podem falar sobre isso, mesmo laconicamente? O que se passa em sua mente?





quarta-feira, 31 de março de 2010

Novo Layout

 Mudança radical no layout do nosso templo. O que achou? Opine:

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dança comigo?

Se eu fosse mais alto. Mais forte. Mais bonito.

Se eu fosse mais magra. Mais bem-feita. Mais bonita.

A culpa é do meu nariz. Se minhas pernas não fossem assim. Meu cabelo é ondulado demais.

Eu não consigo memorizar as coisas. Ler. Entender o que o professor está dizendo.

Se eu passasse no vestibular. Se conseguisse um emprego. Faculdade.

Deixem-me mostrar uma coisa.

Olhem o vídeo abaixo.

Tenho certeza que não vão se arrepender.

Inesquecível.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

E daí?


Como assim? Eu tenho que abrir mão das minhas coisas? E por quê?
Por que ele não abre mão do futebol dele?
Por que ela não abre mão da novela?
O deles é tão sagrado assim? E o meu? Não importa?
Estou cansado/cansada de ter que fazer isso, de abrir mão do que eu gosto de fazer por causa das outras pessoas...
E daí que ele é motoqueiro, eu não posso amá-lo? E daí que ela tá grávida de outro, eu a amo mesmo assim...
E daí que a novela da globo agora tem um computador de última geração? E daí que a Helena é negra? Ela podia ser tricolor e eu não ia me interessar...


Se eles fossem mais compreensivos... se o mundo fosse mais compreensivo...


Se todos pensassem assim, talvez já não existisse mais mundo. Se o meu sempre fosse mais importante que o nosso, talvez o homem já tivesse sumido da face da Terra.

Um homem sábio uma vez disse: Se alguém bater em sua face direita, ofereça-lhe a outra.

Inimaginável.

Quem, eu? Há, há.

Mas nunca!

Ele já morreu, mas suas idéias continuam vivas.

O que você faria se alguém lhe batesse na cara? Ah, depende, se o meu dia estivesse bom, eu até poderia perdoar... mas se eu estivesse estressado...sai de baixo!
Saia do "se". Decida. Está disposto a dar a outra face?

Eu não sei se estou. Juro. Mas lutarei até a morte para estar. Pelo menos decidir dar a outra face por alguém. Por mim mesmo. Por Ele.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O monstro de olhos verdes

 

Quando ela for minha...

Aquele sentimento indescritível. Que lhe tira o fôlego, que lhe desarma completamente. Quando seus olhos perdem o brilho habitual da felicidade e tornam-se vazios, tristes. Cegos pelo desejo. Frios pela cobiça. Insensíveis.

Você é o melhor para ela e não aquele cara. Ele é seu grande amor e não aquela menina. Intrometidos. Roubaram sua felicidade. A minha felicidade. Quem ele pensa que é? Ela estava muito mais feliz comigo! Quem ela pensa que é? Ladra de namorado!

E eles são tão cínicos. Querem ser "amiguinhos". Passado é passado. "Vamos deixar para trás o passado". Mentirosos! Estão é felizes por terem a pessoa adorada. Roubaram o meu passado, dando-me um presente sofrível e um futuro sombrio. Levaram a minha felicidade embora. Agora só tenho lembranças do meu mundo realizado e sonhos de um futuro melhor.

Ela era só minha. Eu pertencia a ele. Quantos de nós já pensaram isso? Quantos de nós já sofreram nas garras do monstro de olhos verdes? Otelo, Casmurro, Adele, Maria, Carmen, João, Pedro, Sofia? Quantos de nós já sentimos vontade de massacrar aquele ladrão/ladra de felicidade?

E não é só de amor. Os amigos também são só meus. Quem é essa menina nova que quer roubar minha melhor amiga? E esse cara aí, só porque sabe fazer gol, acha que pode ter a turma toda só pra ele? E os meus amigos?

Olhamos para Iago, desenhado por Shakespeare, José Dias, imaginado por Machado, Iara, delineada por Pedro Bandeira  e sentimos repulsa. Como puderam fazer tudo isso? Entrelaçar pessoas, amigos em teias de maldade e manipulá-las com perfeição, até que se odiassem. Criar rixas, mágoas. Como puderam?
Como podemos nós? Nunca fizemos isso? Nunca desejamos que aquele intrometido fosse embora pra sempre? Nunca odiamos aquela menina nova que roubou o namorado? Nunca desejamos a pessoa adorada de volta em nossos braços?

Aquele que nunca sequer pensou em nada disso, que atire a primeira pedra. Mas cuidado: a pedra pode voltar em você.

Se ela fosse minha...
Como queria sentir aquele abraço em meu corpo...

Se ele fosse meu...
Se ela não estivesse aqui...
Cuidado.

O monstro está à solta.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E quanto a nós?



Se...
Quando...

Incrível como essas palavras nos perseguem. Quando eu arranjar um emprego aí sim eu... Se eu ganhar na Mega Sena acumulada, aí sim... Quando ela mudar o jeito dela... Se ele fosse um pouco mais compreensivo...

Tudo na vida tem um "se". Uma condição. Uma temporalidade. Adoramos falar isso. Adoramos o subjuntivo. Nunca é nossa culpa. Nunca depende exclusivamente de nós. Adoramos o tempo subjuntivo e transformamos nossa vida em seu templo.

Mas por que se preocupar? Todos dependem de todos. E ninguém tem a coragem de fazer alguma coisa. Sair do "se", do "quando" e ir ao mais temido tempo de todos os tempos. O inexorável presente do indicativo.

Dar um sorriso. Criar um blog. Realizar um sonho. Amar alguém.
Magoar-se. Chorar. Invejar o sonho de outro. Aprender a ser humano.

As melhores coisas do presente. Do presente do indicativo.