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domingo, 16 de janeiro de 2011

Primeiros socorros.



E tudo começou com uma briga. Um machucado. Uma marca que nunca vai sair. Mesmo que desapareça, sempre que eu olhar para lá vou me lembrar. Lembrar de como fui estúpido. Lembrar de como o meu egoísmo pode afastar as pessoas que estão próximas de mim. As que se importam.

Não fui eu quem me machuquei, nem tive uma caneta enfiada no braço. Quem sabe se tivesse uma marca em mim e não na pessoa eu me sentiria melhor. Ou não.

Quando eu era criança e me machucava, minha mãe passava merthiolate, uma substância esquisita, que servia para limpar o local e prevenia infecções. O grande terror do merthiolate para os pequenos era o ardor insano que ficava no local. Parecia álcool. Também ficava uma imensa mancha vermelha, sinalizando "aqui tem um machucado", mas isso era irrelevante perto da dor que sentíamos sempre que era aplicado.

Merthiolate saiu de venda, mesmo com a Xuxa como garota-propaganda dizendo que não ardia mais. Mas o princípio [e o ardor maldito] continuam. Sempre que nos machucamos, para sarar, tem que doer. E doer MAIS do que quando nos machucamos.

O que fazer então, quando você é quem machuca? Você é quem faz doer? Existe algum tipo de merthiolate emocional para pessoas? Se bem que, já tá ardendo pra caramba em mim, imagine em quem tá machucado. Merthiolate só ia piorar a situação. 


Alguém me empresta uma caneta um kit de primeiros socorros?