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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quem tem medo dos portugueses?

Sábado. 8h da noite. Tudo normal na Avenida. Carros passavam, levando consigo o rastro do asfalto, cheiro de bebida e esperança de uma noite de diversão. "Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite". Realmente esperávamos. Só não sabíamos exatamente o quê. 
Esperamos para atravessar a rua. Ainda não sei como não colocaram semáforos naquela rotatória. Para conseguir chegar do outro lado, não pode haver hesitação. Um segundo a menos ou a mais e beleléu. Os portugueses, como carinhosamente chamo, vão de caravana, desafiando os carros e ônibus enfurecidos. Pouco importa para eles.
Conseguimos finalmente chegar. Olhamos uns para os outros e paira a pergunta muda "E agora?". Sentimos falta de alguma coisa. Alguém trouxe um violão? O organizador disse que alguém ia trazer, mas que este não deu notícias. O "E agora?" cai pesado sobre nossas expectativas. Nos sentimos nus, desprotegidos, desarmados. E nossa espada guardada dentro da mochila "pra ninguém ver". 
Decidimos rodar por lá, achar um lugar pra sentar e esperar uma mensagem divina. Achamos um banco, com os "novatos" (que estavam indo pela primeira vez) olhando sorrateiramente para os lados. A praça está meio cheia hoje. Bebidas, máscaras, beijos, violões. Quase vazia de esperança. Mãos dadas, roupas estilosas e olhos maquiados selam a "liberdade" que há nesse lugar.
Começamos a conversar. Comentários a respeito de roupas esquisitas, de pessoas conhecidas, de "beyoncès" empolgadíssimas. Um "conhecido" de uma das nossas pára pra falar. Um abraço, beijo no rosto. Ele diz "Aqui eu tenho amigos".
O clima pesado nos paralisa. Não sabemos o que fazer. Nos acostumamos com o local, com as pessoas, com os atos. Não amamos, não oramos, não tentamos agir. Nos acostumamos. Eu oro: "Senhor, dá um sinal do que você quer que a gente faça".
O organizador vem conversar comigo. "Precisamos fazer alguma coisa". Expectativas e não-expectativas derrubadas, papos vazios. Estamos encurralados. Outro grupo começa a cantar bem alto. E nós, nada. Outro companheiro nosso chega. "Vamos orar, então?", retruca o organizador. "Vamos".
É o suficiente pra a atmosfera mudar. A espada é tirada da mochila e folheada com fé. Alguns versículos e Deus começa a agir. Com os olhos fechados, derramamos nossos medos, preconceitos e expectativas. Não sabemos de nada, não podemos nada, mas o Senhor pode. Pode fazer qualquer coisa.
Abrimos os olhos e a atmosfera pesa. Mas a esperança continua firme. Caminhamos para fora de um lugar outrora leve e descontraído. Com a certeza de que o Altíssimo tem algo a realizar naquele local. Algo grande. Com nossa ajuda ou sem.


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