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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O monstro de olhos verdes

 

Quando ela for minha...

Aquele sentimento indescritível. Que lhe tira o fôlego, que lhe desarma completamente. Quando seus olhos perdem o brilho habitual da felicidade e tornam-se vazios, tristes. Cegos pelo desejo. Frios pela cobiça. Insensíveis.

Você é o melhor para ela e não aquele cara. Ele é seu grande amor e não aquela menina. Intrometidos. Roubaram sua felicidade. A minha felicidade. Quem ele pensa que é? Ela estava muito mais feliz comigo! Quem ela pensa que é? Ladra de namorado!

E eles são tão cínicos. Querem ser "amiguinhos". Passado é passado. "Vamos deixar para trás o passado". Mentirosos! Estão é felizes por terem a pessoa adorada. Roubaram o meu passado, dando-me um presente sofrível e um futuro sombrio. Levaram a minha felicidade embora. Agora só tenho lembranças do meu mundo realizado e sonhos de um futuro melhor.

Ela era só minha. Eu pertencia a ele. Quantos de nós já pensaram isso? Quantos de nós já sofreram nas garras do monstro de olhos verdes? Otelo, Casmurro, Adele, Maria, Carmen, João, Pedro, Sofia? Quantos de nós já sentimos vontade de massacrar aquele ladrão/ladra de felicidade?

E não é só de amor. Os amigos também são só meus. Quem é essa menina nova que quer roubar minha melhor amiga? E esse cara aí, só porque sabe fazer gol, acha que pode ter a turma toda só pra ele? E os meus amigos?

Olhamos para Iago, desenhado por Shakespeare, José Dias, imaginado por Machado, Iara, delineada por Pedro Bandeira  e sentimos repulsa. Como puderam fazer tudo isso? Entrelaçar pessoas, amigos em teias de maldade e manipulá-las com perfeição, até que se odiassem. Criar rixas, mágoas. Como puderam?
Como podemos nós? Nunca fizemos isso? Nunca desejamos que aquele intrometido fosse embora pra sempre? Nunca odiamos aquela menina nova que roubou o namorado? Nunca desejamos a pessoa adorada de volta em nossos braços?

Aquele que nunca sequer pensou em nada disso, que atire a primeira pedra. Mas cuidado: a pedra pode voltar em você.

Se ela fosse minha...
Como queria sentir aquele abraço em meu corpo...

Se ele fosse meu...
Se ela não estivesse aqui...
Cuidado.

O monstro está à solta.

1 comentários:

Amanda disse...

Somos tão egoístas, né? As pessoas que nos rodeiam são NOSSAS! Somos "educados", ou melhor, criados para desenvolver esse sentimento de posse: posse dos brinquedos, posse dos amigos(as), posse dos namorados(as), posse dos filhos(as) e isso vai longe... e daí vem os ciúmes ("aqueles genes são da MINHA prole!").
As pessoas não são posses! E se amamos, desejamos que a pessoa amada seja feliz onde quer que esteja e com quem esteja. É difícil...eu que o diga (ciumenta que nem presta XD), mas o 1º passo é a reflexão! Refletir sobre suas atitudes, convicções: "tenho algum motivo para agir/pensar/acreditar nisso?" Se você não encontrar um motivo realmente válido...é, é melhor tomar uma atitude.
Jogo a pergunta: existe algum motivo para acharmos que alguém PERTENCE a nós?
Não é porque algo é feito à milhares de anos que é o melhor pra nós XD
Bom, essa é uma das coisas que estou querendo melhorar e acho que quem consegue deve ser muito mais feliz e se relacionar muito melhor.
Beijos e escutem "A maçã" de Raul Seixas, vale à pena!

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